Você tá ligado no filme ‘Pain Hustlers’ que a Netflix comprou lá no Festival de Cinema de Cannes de 2022? É a história de um esquema médico de crime real que envolve um analgésico com fentanil e uma startup farmacêutica que usa suborno e táticas ilegais pra salvar a empresa e levar a droga pra todo mundo. O roteiro foi escrito por Wells Tower e adaptado do livro ‘A venda difícil’ por Evan Hughes.
‘Traficantes de Dor’ conta como Liza Drake, uma mãe solteira que tá na luta da vida, vira dançarina num clube de strip e conhece o Pete Brenner, um vendedor farmacêutico da startup falida Zanna Therapeutics. Depois de uma conversa (e algumas bebidas), Pete oferece um emprego pra Liza na empresa dele. Ela reluta um pouco, mas acaba aceitando depois de perder o emprego e o lugar pra morar.
Com a pressão de uma empresa à beira da falência e o risco de perder a filha, Liza convence um médico a receitar o analgésico da empresa, chamado Lonafen, um remédio com fentanil pra pacientes com câncer. Logo, Liza e Pete criam um esquema ilegal pra vender o remédio e isso leva a mais receitas, mais médicos e mais táticas ilegais. Aí a gente começa a se perguntar que monstro eles tão ajudando a criar e como é que vão parar.
O filme tem a Emily Blunt (de ‘Um lugar quieto’ e ‘Oppenheimer’) como Liza e o Chris Evans (de Vingadores e Entre Facas e Segredos) como Pete. Tem também o Andy Garcia (indicado ao Oscar por ‘O Poderoso Chefão III’) e a Catherine O’Hara (de ‘Schitt’s Creek’) no elenco.
A verdade é que o filme não conseguiu atingir a mesma qualidade de ‘O Lobo de Wall Street’ e ‘A Grande Curta’. Junto com outras séries de TV sobre a ganância corporativa e a epidemia de opioides, o filme não consegue trazer nada de novo pra mesa.
O esforço do filme pra se destacar tá na personagem da Liza Drake. Ela é uma mãe solteira tentando dar uma boa vida pra filha, inclusive pagando um caro cirurgia cerebral. Às vezes dá pra se identificar com ela. A tentativa do filme de inserir uma bússola moral e algumas mortes mais pessoais ajuda nisso.
Porém, o tom e a direção do filme acabam prejudicando qualquer mensagem significativa. A queda de tom satírico, as entrevistas em preto e branco e um final fraco deixam o público meio indiferente com a protagonista central.
No geral, ‘Traficantes de Dor’ é uma versão esmaecida de um assunto já bastante explorado. Apesar das boas atuações de Blunt e Evans, o filme não consegue criar tensão nem ter um impacto maior.
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- O crime do século
MVP da Netflix Traficantes de Dor:
Emily Blunt como Liza Drake
Apesar das falhas do filme, fico feliz que a Emily Blunt esteja presente.
A atuação dela tenta trazer a emoção que o filme tanto precisa. Ela brilha especialmente nas cenas individuais, como quando ela explode com a mãe (Catherine O’Hara) ou quando mostra repulsa pela cirurgia. Precisamos de mais filmes com a Emily Blunt no futuro.
Um filme cheio de estrelas, mas decepcionante, sobre a criação de uma epidemia de opioides. Blunt, Evans, Garcia e O’Hara não conseguem elevá-lo acima de outros filmes do gênero.