Aí, galera! Tem uma comédia romântica da Netflix que tá sendo sucesso, A descoberta perfeita. Vale a pena assistir, será?
Eu já falei várias vezes nas minhas resenhas passadas sobre esse gênero, mas a Netflix ta mandando bem, hein? Sei que é um dos poucos lugares pra curtir esse tipo de filme desde que os estúdios quase pararam de lançar nos cinemas, mas a Netflix tá deixando a desejar nas comédias românticas de qualidade que eles costumavam ter cinco anos atrás, tipo A barraca do beijo, Configurá-lo, Para todos os garotos que já amei, O encontro perfeito, Alguém ótimo e Seja sempre meu talvez. Essa foi a época de ouro das comédias românticas da Netflix, né?
Agora, em 2023, a coisa tá difícil, viu? Filmes como Na minha casa ou na sua com Ashton Kutcher e Reese Witherspoon e Um guia turístico para o amor com Rachael Leigh Cook não chamaram muita atenção da crítica e dos usuários da Netflix, mesmo tendo um elenco famoso.
Nesse fim de semana, se você é fã desse tipo de filme, tem mais uma comédia romântica original da Netflix que você pode dar uma chance, chamada A descoberta perfeita. A história tem a presença de Gabrielle Union (Pode vir, Meninos Maus II), Keith Powers (A Guerra do Amanhã, Direto de Compton) e Gina Torres (Se adequa, Vaga-lume).
O filme é baseado em um livro de Tia Williams e conta a história de Jenna Jones (Gabrielle Union), uma ex-modelo que retorna a Nova York após um ano se afastando do mundo da fama e passando por um término complicado e um demissão humilhante. Ela sabe que só tem uma chance de reconstruir a sua carreira, então ela engole o orgulho e começa a trabalhar com Darcy (Gina Torres), uma magnata impiedosa. Só que as coisas se complicam quando Jenna se apaixona por seu colega de trabalho Eric (Keith Powers), um cara charmoso e bem mais novo que ela – e filho da Darcy. Agora, Jenna tem que decidir se arrisca tudo por um romance secreto e se tem futuro com Eric, apesar das diferenças de idade.
O filme, dirigido por Numa Perrier (Jezabel) e escrito por Leigh Davenport (Administre o mundo), tem os elementos clássicos do gênero, tipo trabalho estressante numa cidade grande, término ruim e romance complicado. Só que às vezes acaba ficando meio confuso e melodramático, não tendo um tom muito claro. Mas, talvez, isso não seja tão ruim assim e seja só uma característica do filme.
Só vale lembrar que a protagonista, a Jenna Jones, é meio confusa. A gente tem umas pistas do que rolou na vida dela, através de algumas mídias que aparecem ao longo do filme, mas nunca temos detalhes sobre a carreira de sucesso dela, o término complicado e a demissão. Ela fala que virou meme e criticaram ela na internet, mas não fala o motivo. O ex-namorado é considerado um idiota, mas a gente não sabe o que ele fez. Ela fala que ele a traiu por 10 anos ou que ela queria mais, mas isso é normal, né? É parte da vida amorosa de qualquer pessoa. E sobre a carreira dela, quando ela tá na rua, as pessoas reconhecem ela e falam que ela é famosa, mas ninguém fala nada específico ou dá a entender o motivo dela ter sido tão bem sucedida. E, pra piorar, ela nem queria ser modelo. Na verdade, ela queria ser historiadora de cinema.
Mas o pior de tudo é que a Jenna Jones não tem um motivo claro para a gente torcer pelo retorno dela. Se a gente não sabe o que aconteceu com ela e só vê ela se sabotando o tempo todo, qual é o motivo de acompanhar a jornada dela? Ela é meio insuportável, amarga e rancorosa. A questão não é porque ela não conseguiu se recuperar e reconquistar a fama, mas sim porque o Eric ficaria com ela até o final da história.
No geral, A descoberta perfeita é uma história confusa de personagens desconhecidos se atrapalhando na vida e no amor, sem muitos motivos para a gente torcer por eles. As piadas são meio irritantes e não combinam com o restante do filme. As atuações da Gina Torres e do Keith Powers são boas, mas se perdem na confusão de um roteiro que não faz muito sentido.
Vale assistir A descoberta perfeita na Netflix se você gosta de:
- Livra-nos de Eva
- Dois podem jogar esse jogo
- Amo Jones
Melhor parte de A descoberta perfeita
A TRILHA SONORA
Mesmo que o filme não seja tudo isso, a trilha sonora é top. Tem desde músicas de jazz (Louis Armstrong, Billie Holiday, Ella Fitzgerald) até clássicos do R&B (SWV, Usher, Silk Sonic). As músicas ajudam a criar um clima melhor do que o roteiro. Até tem uma música natalina da Mariah Carey, tá ligado?
Assistir, pausar ou parar?
Melhor parar
A única coisa perfeita em A descoberta perfeita é a trilha sonora. Fora isso, não tem nada de mais na Jenna Jones, nem na história dela ou na execução confusa dos criadores. A Netflix precisa de uma boa comédia romântica urgente, amigão.