Aí, pessoal! A sequência do sucesso da Netflix Caixa de pássaros, Caixa de pássaros: Barcelona já tá disponível, mas será que vale a pena assistir?
É sempre difícil acompanhar um filme de sucesso, né? E é ainda mais difícil se a sequência não tiver o mesmo ator principal. É pior ainda se tiverem muitos anos entre os filmes, porque a gente pode acabar perdendo o interesse do original.
Agora, imagina se juntar a isso tudo uma língua diferente! Pois é, essa é a sequência do filme de sucesso estrelado pela Sandra Bullock em 2018. Caixa de pássaros: Barcelona chegou ao catálogo esse fim de semana.
Olha, sinceramente, eu não curti muito o filme original. Mesmo sendo baseado em um livro, parecia mais do mesmo, sabe? Uma combinação de outros filmes de suspense como Um lugar quieto e Mortos-vivos. Em 2018, a gente já tinha superado o hype de filmes pós-apocalípticos, mas as pessoas ficaram tão empolgadas em ver a Sandra Bullock de volta que engoliram Ocean’s Eight e Bird Box de uma vez. Não foi tão bom, mano.
Mesmo com as minhas críticas, eu já esperava que uma sequência fosse lançada logo depois. Afinal, o primeiro filme foi o mais assistido da Netflix nos primeiros 28 dias após o lançamento. O estúdio deve ter pensado que já tinha uma base de fãs garantida e que o filme seria um sucesso, igual La Casa de Papel e The Walking Dead.
Seja qual for o motivo, essa sequência vai ser um teste para a Netflix. O primeiro filme fez sucesso porque as pessoas adoram uma história sobre uma mãe lutando cegamente por sua sobrevivência em um apocalipse maluco com risco de suicídio. Mas será que o apelo do filme foi só a estrela Sandra Bullock?
A Netflix parece achar que a história vai funcionar de novo, já que muitos elementos do primeiro filme estão presentes: o mesmo apocalipse (só que em um país diferente), adultos protegendo crianças no meio do caos, pessoas cegas como sobreviventes, temas religiosos e os seres controladores.
Mas a grande diferença dessa sequência é o papel da fé, da religião e de seitas. Barcelona traz a história de Sebastian (Mario Casas) e sua filha Anna (Alejandra Howard), que perderam a mãe delas durante o caos do surto. Enquanto eles tentam sobreviver nas ruas de Barcelona, acabam se aliando com outros sobreviventes e partem para um porto seguro. O problema é que um grupo sinistro de fanáticos religiosos que estão alinhados com as criaturas invisíveis querem fazer com que todos vejam o que tá além das vendas nos olhos.
O dilema moral de Sebastian é a melhor parte desse novo filme. Ele fica dividido entre obedecer ao líder religioso e acreditar na união com a família ou fazer o que parece certo ao interagir com outros sobreviventes. A jornada de Sebastian é explorada até que ele veja a humanidade ao seu redor como ela é.
No original da Netflix, The Wonder, a gente viu um dilema moral parecido quando uma jovem continua sobrevivendo mesmo passando fome por muito tempo. Ela afirma que é um milagre religioso, mas o que está por trás disso pode ser mais sinistro do que as pessoas imaginam. Em Bird Box Barcelona, a gente não tem um aprofundamento tão grande das questões religiosas, mas mesmo assim, temos um vilão humano que deixa o final mais satisfatório.
O filme é bom de assistir, mas o final deixa a desejar. Já vimos muitos filmes que exploram reações à sociedade em cenários pós-apocalípticos, e esse é o menos envolvente de todos. Chega de cenas com folhas voando e cabeças quebrando vidros, mano. Tô cansado dessa franquia.
No geral, Caixa de pássaros: Barcelona é melhor que o original. Tem dilemas morais, enredo mais claro e atuações sólidas. Mas também tem muitas cenas repetitivas e tensões forçadas, o que deixa tudo meio redundante e desnecessário. No meio dessa pandemia, com “The Last of Us” dominando tudo, o filme pode não causar tanto impacto.
Se você quiser ver, vai na fé!
- Caixa de pássaros
- O silêncio
- Um lugar quieto
- Acordado
- O acontecimento
- A maravilha
- Na grama alta
O destaque de Bird Box: Barcelona
Mario Casas como Sebastian
As atuações não são o problema desse filme. Na verdade, eles se saem muito bem. Em especial, o ator Mario Casas faz um ótimo trabalho ao mostrar a batalha mental que Sebastian enfrenta ao fazer a escolha mais difícil que qualquer pai enlutado teria que fazer. Ele questiona a própria fé e os líderes religiosos.
Então, play, pause ou stop?
PAUSA.
Os fãs do filme original podem gostar, porque ele tem elementos parecidos com uma história melhor. Mas também é possível que não faça tanto sucesso sem a presença poderosa da Sandra Bullock e sem o aprofundamento moral recompensador. Ou talvez a gente precise de uma pausa de tantos filmes pós-apocalípticos até a segunda temporada de “The Last of Us”. Você decide, né?